Esse processo é uma extensão do processo de lesão nos esportes de Tim Hallbom e Suzi Smith. Ele foi desenvolvido como um projeto no Treinamento de Certificação de PNL em Saúde no International Teaching Seminars.
A teoria por trás disso é que, como a memória utiliza mais do que um sistema representacional, parte da estrutura da memória pode estar abaixo da consciência consciente. Nas lesões, a "memória muscular" é, muitas vezes, óbvia: as pessoas ficam tensas ou mostram outros sinais psicológicos quando perguntadas sobre as suas lesões.
O processo de lesão nos esportes, desenvolvido por Tim Hallbom e Suzi Smith, permite a substituição da memória muscular da lesão por alguma outra memória que não envolva trauma. O efeito disso é que a dor e os sintomas psicológicos reduzem ou mesmo desaparecem, permitindo uma recuperação mais fácil e mais rápida da lesão.
Muitas vezes os atletas têm uma memória precisa das vezes em que algo saiu errado, bem como de quando atingiram um resultado conveniente. Esse desenvolvimento utiliza as suas estratégias existentes a fim de mudar o comportamento indesejado para algo aproveitável e valioso. Para os atletas, é desejável manter a sua disposição e a sequência do processo pois isso resulta numa mudança mais rápida e mais fácil.
Os atletas desenvolvem uma boa memória muscular e aumentam a sua coleção de informações com práticas constantes e treinamentos. Algumas vezes, eles conservam uma memória muscular que não é aproveitável, inconscientes de que isso pode impedir uma melhora no desempenho. Por exemplo: um atleta pode descrever em detalhes como um tiro sai errado. "Você aponta para o alvo e, se você hesitar, a sua mão começa a ter um tremor insignificante. Então ‘boing’, o tiro vai para fora do alvo." Observando a sua fisiologia, existe uma sequência reproduzível para essa memória que pode ser modelada. Ela é aproveitável nesse contexto? Eu penso que não! Entretanto, a estratégia é eficiente e eles podem continuar a trabalhar com ela a fim de otimizar o desempenho bem sucedido.
Uma vez explicada a estratégia ao atleta, é mostrado a ele como "desfazer" a memória muscular indesejada. Por exemplo, um rápido processo de fobia com apropriada linguagem hipnótica para assegurar a desconexão da memória muscular, conservando os outros elementos da experiência como parte do seu aprendizado aproveitável. Quando eles associam isto à memória, você pode dizer "e agora, no momento em que você foi levado para o passado através desta experiência, todas as conexões musculares a esta memória estão prontas para se desconectarem facilmente..." Isso é repetido até eles ficarem convencidos de que isso aconteceu. Qualquer outro processo pode ser acrescentado, quando necessário, para a sua integralidade (e.g. técnicas de perdão, re-imprinting, etc.). Naquele exemplo, talvez a mão comece a tremer, mas como o atleta está confiante, ele pode se concentrar (ou qualquer outro recurso necessário), se recuperar e conseguir um bom tiro. Algumas vezes ele dirá algo como "esse vai ser um dos bons" para os tiros exitosos, e eles podem inserir isso na memória de substituição.
Como resultado disso, eu estou investigando o desenvolvimento desse processo para mudar qualquer memória muscular indesejada para uma que lhe seja mais benéfica. Isso é fácil para as pessoas que têm um modo de avaliação cinestésico: VCA, ACV. Alguns exemplos do seu uso:
- Para distúrbios de comida, precavendo-se se o paciente é capaz de distinguir cinestesicamente a distinção entre fome e emoções (e.g.: aborrecimento, solidão, etc.)
- Depois de um processo de fobia onde é desejável a mudança num comportamento antigo: e.g.: eu tive um caso recente de uma fobia de sapos onde a minha cliente desviava o olhar quando via um sapo. Isso foi mudado para a visão do sapo pulando bem longe. No teste/ponte ao futuro, ela não desviava mais o olhar.
- Recentemente, me foi encaminhado um paciente com AIDS porque ele era incapaz de tolerar a sua medicação: ele vomitava depois de tomar o remédio. Só de pensar em buscar as pílulas na farmácia já lhe causava fortes sensações de náusea. Depois de uma sessão, ele era capaz de tomar o remédio e de mantê-lo no estômago.
Também existem aplicações para mudança de memória muscular previstas. Muitas pessoas têm medo do que pode acontecer durante um parto ou numa operação. Também a experiência do parto ou a recuperação de uma operação pode ser programada usando um processo similar.
Minha experiência é que pacientes ecológicos descobrem isso porque:
- os comportamentos e as estratégias existentes são conservadas num contexto onde elas são úteis, e
- eles operam o processo e aprendem sozinhos como fazer isso.
Artigo publicado na revista Anchor Point de outubro de 1998.