CONJUNÇÕES BÁSICAS: MAS & E
Velimatti Towonen , Timo Kauppi e Tim Murphey
Este é um outro artigo de uma série que estamos escrevendo como resultado do estudo da Linguagem com a grade SIPP (ver Anchor Point, Junho 93, informativo O Golfinho, abril e julho/95).
Além de SE e QUANDO um outro par importante de conjunções que estudamos da mesma maneira com a grade SIPP, temos MAS & E.
É bem conhecido, pelo menos para os PNListas que MAS diminui ou mesmo apaga qualquer coisa que o precede:
· "Muito obrigado, MAS..."
· "Eu gosto de você, MAS..."
Muitos clientes de psicoterapia usam MAS de uma forma ligeiramente diferente. Eles se movem de positivo a negativo usando MAS como uma porta de mudança (de um estado para outro). Pense sobre a frase abaixo de um cliente:
"Eu me senti melhor na semana passada, mas na 4ª feira eu estava muito deprimido, e estou muito desapontado com isso."
O paciente começa com as coisas positivas e através do MAS vai para outro lado, para as coisas negativas:
Positivo... > MAS...>Negativo
O terapeuta pode decidir "girar" a sentença e dizer:
"Então, na 4ª feira você estava deprimido e sentiu-se desapontado, mas na semana passada você estava se sentindo melhor".
Além de usar tempos de verbos (ver Andreas, C., l992) o terapeuta está usando agora a forma estrutural de linguagem (e realidade) do cliente e, ao mesmo tempo, revertendo a direção, do negativo para o positivo:
Negativo...>MAS...>Positivo
O que é realmente importante aqui é que o que está depois do MAS, e a fisiologia e as sensações a ele ligados permanecem, porque eles estão "ligados" pelo MAS. Assim é possível de uma certa forma, ao usar MAS controlar seu estado e como você se sente sobre coisas diferentes.
"Em alguns treinamentos para pessoal de vendas, o MAS é pensado como uma forma de negar as objeções do cliente. Nós não pensamos nisto como uma boa escolha por causa do sentimento negativo que MAS leva consigo. Em PNL algumas pessoas dizem: apague seus MAS completamente. Nós preferiríamos a pressuposição que todo comportamento é útil em algum contexto. Estudemos MAS com nossa grade SIPP:
Diga para você mesmo a sentença seguinte e preste atenção à imagem que ela evoca (é difícil encontrar uma sentença adequada para todos os leitores, por isso faça de conta que você pode se relacionar com a sentença):
"Padrões de linguagem são importantes, mas trabalhar com submodalidades pode ter o mesmo efeito."
Estamos lidando com duas coisas diferentes, ainda que de categorias iguais, e colocando-as em ambos os lados de MAS. O que acontece com as imagens? O que acontece com a fisiologia?
A experiência de muitas pessoas é que (especialmente comparada com E) MAS põe as duas coisas em imagens diferentes. As vezes algo vem realmente entre eles, que é o oposto de como E funciona (como veremos adiante neste artigo).
Outra coisa interessante é que a imagem representando as coisas nos diferentes lados de MAS diferem de uma forma interessante: a imagem sobre a parte que vem antes de MAS é realmente menor, mais distante, mais opaca. Estas e outras submodalidades similares fazem parecer menos importante. Por outro lado, a imagem sobre a parte que vem depois de MAS é usualmente maior, mais próxima e mais brilhante. Estas e outras submodalidades similares fazem-na parecer mais importante.
Neste exemplo, MAS dá um valor relativo às partes divididas por MAS: a parte antes de MAS é menos importante, menos interessante, tem menor valor em relação à parte depois de MAS, que por sua vez é mais importante e mais interessante.
Agora você pode querer mudar a frase com a qual iniciamos esta seção e tentar invertê-la:
"Trabalhar com submodalidades é importante, mas padrões de linguagem podem fazer a mesma coisa."
Se nós analisamos o processo produzido por MAS, podemos adicionar um dado a mais. Depois de ouvir uma frase como "X MAS Y" há dois passos. No 1º. passo o cérebro faz a parte "X". No 2º. o cérebro faz "MAS Y" e muda a parte "X". Para algumas pessoas, o uso de MAS é uma âncora verbal para realizar o "padrão swish natural." Isto é, 1º. você tem uma representação mas então uma outra é imposta. Observe com a sentença a seguir as reações de suas próprias representações internas.
"Eu gosto de você... mas há algumas coisas das quais eu não gosto."
"Você é um bom comunicador....mas às vezes eu fico perdido".
"Você está entendendo este artigo muito bem agora, mas você pode precisar lê-lo de novo para apreciar totalmente o quanto você pode se beneficiar com ele."
Por mais interessante que possa ser, aqui nós apenas tocamos algumas funções básicas de MAS. Nós suspeitamos que há muitas distinções mais sutis do uso do MAS, por exemplo muitas variações de tipos de frases onde podem ser usadas, onde podem comunicar graduações diferentes de significado do que delineamos neste artigo.
CONJUNÇÃO E
A conjunção E faz algo que é exatamente o oposto do que MAS significa. Tente a sentença a seguir e preste atenção à imagem que ela evoca:
"(Eu posso usar) submodalidades e padrões de linguagem."
Numa sentença como esta, E iguala as coisas que estão em ambos os lados do E de forma que as submodalidades de ambas as imagens são muito semelhantes, muito mais do que quando MAS é usado. Usualmente também se sente mais igual.
Outra coisa importante é que E move-os lado-a-lado de forma que eles mais ou menos começam a se misturar um com o outro e, ao mesmo tempo tendem a reter sua individualidade como na Fig. 3
Por causa destas características de E, ele é a mais simples forma de integrar 2 coisas diferentes. Por exemplo o terapeuta pode dizer:
"Você se sentiu melhor na semana passada e você estava deprimido na 4ª feira à noitinha."
Ou
"Você estava deprimido 4ª feira à noitinha e você se sentiu melhor na semana passada."
Se o cliente aceita estas frases, ambas começam um processo integrativo porque ambas as coisas foram movidas lado a lado com o uso de E.
Você pode testar-se mais com as frases seguintes e observar o que acontece:
"Pense sobre passado e futuro."
Com esta frase é fácil fazê-lo porque o cérebro pode mover estas duas imagens lado a lado muito rapidamente. Experimente a próxima frase e observe o que acontece:
"Pense sobre estar ao mesmo tempo ansioso e muito calmo, ao mesmo tempo ansioso e muito calmo."
Para o cérebro de muitas pessoas esta é uma proeza maior: algumas vezes o cérebro encontra uma solução para o E, algumas vezes tenta e desiste. De qualquer forma é mais para fácil seguir o processo do cérebro se debatendo para mover as imagens junto em sua mente e tornar-se mais consciente do processo.
Usando Ambos E & MAS
Raimo Lahteenmarki, um médico finlandês e Master Practitioner em PNL, sugere uma forma do uso de ambos MAS & E, em um trabalho geral de practitioner onde o doutor pode dizer:
Sim, a garganta está inflamada, mas não há placas e sua temperatura é normal e as glândulas estão normais." Da mesma forma o terapeuta poderia dizer:
"Você não suporta ficar sozinho durante o fim de semana, mas você já pode ficar mais tempo sozinha e você pode falar sobre isto agora e podemos começar a fazer algo sobre isso."
De acordo com Lahteenmaki, esta forma de estrutura de MAS & E é muito eficaz e resulta em pacientes sentindo-se muito melhor. A estrutura é a seguinte: negativo, MAS Positivo, E Positivo, E Positivo, o mesmo que na figura 4.
Linguagem e o Cérebro
Novamente, através de experiências como estas, chegamos a uma conclusão original: a maneira do cérebro entender o que é dito, é transformar o que foi dito em experiência sensorial ou em fisiologia ou em ambos. Observamos que quando 2 pessoas estão em sintonia seus cérebros tentam automaticamente fazer o que a outra pessoa diz. Se não é possível, talvez ela desista, neste caso o practitioner pode calibrar e tentar outros caminhos. Primeiro o cérebro faz qualquer coisa que seja possível, e se algo não for possível, somente então desistirá.
NOTA: Também se o cérebro tentar alguma coisa que não é ecológica por qualquer razão, isto causará mudanças, as quais podem ser calibradas assim como uma perda de rapport. Nestes interessantes exemplos , o practitioner precisa ser suficientemente sensível para "reaver" o rapport e explorar as partes resistentes e talvez outras formas de intervenção.
Estas características conferem à linguagem um enorme poder em como ela afeta a experiência sensorial e gostaríamos de apresentar a máxima seguinte como um resultado para comunicadores:
O comunicador estrutura a linguagem de tal forma que os ouvintes para que possam entendê-la tenham que fazer as mudanças (representações internas) que desejam fazer.
Extraído da Anchor Point de fevereiro 1995.
Tradução: Evanice L. Pauletti
Revisão: Maria Helena Lorentz